Nota do editor...

Peço aos leitores desse inconstante espaço que me concedam uma semana de férias...(sei que já passei mais que isso sem atualizar esse blog mas sempre foi por falta de tempo, agora não atualizarei por falta de disposição)...Estou desligado até 04.01.2010). Que o ano que vem proporcione a vocês aquilo que merecerem.Até já!

Ao FIM

Esquizofrênico, assim é o cinema. Assim é o audiovisual em suas mais diversificadas formas. Não é a toa que quando dá célebre projeção de “Trem chegando à estação”, primeira exibição pública do cinematographo dos irmãos Lumièrre, vários dos presentes correram para fora da sala escura. Imagine-se, porém, que àquela época o cinema não era dotado de som, estéreo, sincrônico, soround 5.1 e outras coisas mais que podem catapultar a imersão provocada pelo audiovisual a níveis quase lisérgicos.

Depois disso, muitas teorias foram criadas, muitas linhas escritas, muitas palavras ditas e muitas imagens registradas. Uma infinidade de histórias foi posta em trânsito. Estereótipos foram criados, maneiras certas de se fazer foram tornadas canônicas para, logo em seguida, serem esfaceladas por salutares atos iconoclastas.

As diversas salas escuras do mundo fizeram os brancos de suas telas retumbarem uma retórica audiovisual que servira para muita coisa, inclusive como pretexto para mãos nada bobas tocarem em corpos que, sem o álibi do cinema, provavelmente nunca teriam tocado.

O que a fotografia fez em termos de verossimilhança o cinema levou ao extremo trabalhando com verossimilhança, movimento e som. A mimese por excelência, o homem-deus criando seus mundos a sua imagem e semelhança. É bem verdade que, levando para tanto, mais de seis dias, mas enfim, criaram-se mundos infinitos que depois que os créditos sobem, continuam ecoando em nossas mentes, estimulando nossas retinas e excitando nossas sinapses.

Espaço e tempo são assim mesclados, desagregados. Pouco importa se a primeira cena projetada foi a última a ser gravada/filmada. Pouco importa se a narrativa é cronológica ou psicológica. Se a fita é em cores ou em tons de cinza. Pouco importa se contarem o final porque ainda assim o caminho até ele precisa ser percorrido para que ele seja realmente entendido como fim. O que pode ser o FIM? O fim de um filme é a última frase do diálogo? A última imagem antes dos créditos? A última linha dos créditos? A luz violentamente acesa pelo lanterninha que machuca a retina? O fim de um filme é quando paramos de pensar nele? Não é a toa que, para que a próxima sessão comece a película, isso, a pele extremamente fina, deve ser rebobinada. Aqui o relógio anda para trás, a história se (des)conta e o que foi para uns o fim agora é o início. E outra sessão já pode começar. SEXTO FIM, rodando em sentido anti-horário!

A última missão do ano (e que ano viu!)

VI Festival de Imagem-Movimento

Sim senhores e senhoras, o FIM novamente surge diante de nós para estimular nossas retinas e excitar nossas sinapses.  Agendem-se, percebam que, esse ano, colocamos umas palestras com temas estratégicos para a cena audiovisual local. Aparece lá.Daqui a pouco coloco a programação na íntegra mas, se você preferir é só clicar na arte aí de cima que ela abre grande. Valeu!!!

26 e 27 de dezembro

Auditório da Fortaleza de São José de Macapá 

A partir das 16H

Entrada Fanca

                       

FIM, rodando em sentido anti-horário

Luz e sombra: um documentário fotográfico sobre o velho Mazagão

A melhor banca de TCC que já vi!
Literalmente nota 10. Nada mais a declarar.

Exposição

Agenda

Andava a noite. A noite estava mais fria. O cerrado estava queimando em algum lugar. Quando se respira fundo, andando na rua de madrugada, se sente o cheiro de queimado no ar. Auto-combustão. Para o cerrado, o fogo é condição de vida. Existem espécies que só floreiam após queimadas.

Um pé após o outro, eu vencia a distância que teimava em separar o ponto de partida do destino. Encontrei uma quase amiga também taciturna. Ela vendia a agenda do PSTU. Essa agenda talvez tenha sido a melhor coisa que o PSTU fez pelo Brasil. Várias vezes, desde a época de faculdade, já me surpreendi absorto, lendo suas frases muito bem selecionadas, suas pinturas, fotografias, esculturas e pensando sobre várias delas. Muitas vezes isso salvava um dia ebulímico.

Comprei agenda. “É trinta reais”, disse a quase amiga. “Não tenho essa grana agora”, respondi. “Não tem problema, pega logo a tua depois tu me dá o dinheiro”. “Fechou” disse eu, colocando a agenda na mochila.

No decorrer do caminho, agora novamente só, fiquei pensando no que escreveria na agenda. Preencheria os “dados pessoais” assim que chegasse ao tal destino? Deixaria em branco até que existisse, para mim, um mínimo de certeza sobre quem sou e o que quero para esse espaço de tempo (afinal ou é espaço ou é tempo, que porra é essa que chamamos de espaço de tempo?!) que vai se chamar 2010.

2010. A agenda continua em branco...Confesso: esses dias têm sido vorazes em consumir meu tempo, tenho somatizado as demandas que chegam. 2010. Agenda em branco. Pé após pé. Outra esquina. O sinal abriu. Continuo andando. E a agenda em branco.

Estroboscopia

Taí um tipo de fotografia que sempre agrada pelo resultado e pela descoberta da técnica em si. É uma boa forma de ensinar fotografia, iluminação e também uma sugestão de peso para desenvolver a paciência, já que os ajustes iniciais às vezes dão certo trabalho.

A estroboscopia entrou na fotografia pela porta da ciência. As fotos estroboscópicas são muito usadas em laboratórios para estudar detalhadamente os movimentos dos corpos. A cinética recebeu muitas contribuições desta técnica fotográfica.

Esse tipo de fotografia precisa ser realizado em um ambiente totalmente escuro e de preferência de fundo preto. O obturador deve ser bem lento, algo como 2 ou 3 segundos. E o pulo do gato: você deve usar uma luz intermitente, que acenda e apague com uma velocidade razoável. A foto acima foi feita com o auxílio de um flash que possui o recurso da estroboscopia integrado, mas você pode fazer teste acendendo e apagando uma lanterna, por exemplo. Nesse caso, o tempo de exposição deve ser elevado para 5 segundos. Se a sua maquina não tiver controle do obturador, coloque-a no modo noturno e desligue o flash.

Tente fazer e comente seus resultados ou suas dificuldades...boa sorte!

Hoje, dia do cinema brasileiro, tem palestra

Ilustração minha. Me aventurando no Paint: razoável

Cinema...todo dia tem sessão. Todo dia tem pipoca sendo delicadamente quebrada por molares cinéfilos em vários cantos do mundo. Mas amanhã é o dia do cinema brasileiro!

Por muitos anos, principalmente na década de 1980, essa data não era cercada de motivos que justificassem comemorações mais explicitas...felizmente o quadro mudou...então já da pra comemorar algumas conquistas da cinematografia tupiniquim.

Amanhã, quinta, cinco de novembro de dois mil e nove, estarei palestrando sobre cinema brasileiro . O conteúdo gira em torno de paralelos entre a estética cinemanovista e a produção mais contemporânea nacional evidenciando contaminações entre a linguagem documental e a ficcional.

Então vamos ver se não esquecemos de nada: 05.11, às 19:00, no Sesc Araxá (Sala Charles Chaplin) , com entrada franca, palestrinha deste que vos escreve sobre o cinema do país de Glauber Rocha.

Ah, depois do blá, blá, blá, blá vai rolar a projeção da fita “Carlota Joaquina”.

Teaser - criando expectativa

DIA – Dia internacional da Animação - em Macapá

Pelo segundo ano consecutivo Macapá participa da mostra em comemoração ao dia internacional do cinema de animação. Com entrada gratuita, a mostra de curtas nacionais e internacionais acontece em mais de 400 cidades do Brasil e em 30 países.

No dia 28 de outubro, às 19h30, haverá exibições simultâneas organizadas pela Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA). Em Macapá, o trampo fica por conta dos três infantes: FIM (Festival de Imagem-Movimento) , Univercinema (UNIFAP) e SESC-AP. A mostra é o maior evento simultâneo do gênero do mundo, que tem como principal objetivo difundir o cinema de animação, atraindo novos públicos e proporcionando aos espectadores o acesso a essa arte cinematográfica.

Entre os inúmeros trabalhos que serão projetados estão:

· “História Trágica com um final feliz” (Portugal);

· “Global Warming” (Austrália);

· “Selva” (Rússia);

· “Dossiê Rê Bordosa” (Brasil);

· “O Jumento Santo e a cidade que acabou antes de começar” (Brasil);

Então fica combinado assim: dia 28 de outubro, no Sesc Araxá a partir das 19:30 (horário de Macapá), na sala Charles Chaplin. Ah, cheguem no horário, pois a mostra irá iniciar britanicamente, já que um de seus charmes é acontecer simultaneamente em várias paragens desse mundo. Aparece lá internauta!

P.S. 1: Por gentileza, divulguem a boa nova;

P.S. 2: Vejam todos os detalhes sobre o DIA no sítio oficial do evento;

P.S. 3: Fiquei sabendo agorinha que em Itaubáu também vai rolar a mostra que lá é por conta da Nossa Casa, boa sorte por lá ao Jonas e sua equipe!