quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Noite

Oposta
Teu dorso valente
Vence o sol sem se queimar
Manto aberto do mistério
Perturba o sono
Deita um pouco aqui
Porque ali, já amanheceu

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Museus amapaenses reúnem-se para realizar a 6ª Primavera de Museus


Nesta segunda, 24, acontece a abertura da 6ª Primavera de Museus em Macapá. Este é um evento nacional que reúne museus de todos os estados brasileiros em torno de um tema norteador que este ano é “Museus em um mundo em transformação”. A abertura oficial do evento acontece a partir das 9h, no auditório do Museu Sacaca, seguida de palestra sobre o tema da 6ª Primavera de Museus e, a tarde, pela mesa composta por gestores de cada um dos museus do estado.

O tema deste ano põe em pauta o desafio de inserir os museus em uma lógica na qual a Arte e a Cultura deixam de ser compostas somente por objetos e passam a incluir em sua dinâmica  os sujeitos sociais. Qual papel essas entidades que, durante séculos, preservaram a herança patrimonial dos povos, devem assumir na atualidade? Esse é um debate que pautará a toda a programação desta semana.



O evento tem a realização nacional do Ministério da Cultura, através do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e realização local do Governo do Estado do Amapá, através dos museus vinculados a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e ao Instituto de Pesquisa do Amapá (Iepa).

A 6ª Primavera de Museus marca no Amapá um momento ímpar na história museológica do estado: pela primeira vez, todos os museus amapaenses estarão reunidos numa programação pensada conjuntamente e composta pela articulação da Secretaria de Cultura e IEPA, através de seus museus vinculados. O nome que batiza esse diálogo frutífero é: Corredor de Museus.

Esse momento de aproximação e diálogo entre os museus representa um passo importante para a implantação do Sistema Estadual de Museus do Amapá. Esse sistema representa um salto de qualidade na gestão desses espaços, proporcionando a troca de experiência, maior autonomia orçamentária e a valorização as particularidades de cada um deles.

Confira a programação do MIS para a 6ª Primavera de Museus:
Dia 24 de setembro:

- Horário: 8h às 12h
- Solenidade de abertura
- Palestra: "Os Museus como Instrumentos de Transformação Social"
- Local: Auditório Waldemiro Gomes do Museu Sacaca / Avenida Feliciano Coelho, 1509, bairro do Trem

- Horário: 14h às 18h
- Painel: "Museus no Amapá: Perspectivas para um Sistema Estadual de Museus. Abordagem Histórica referente à implantação e desenvolvimento de processos museológicos no Amapá, atualidade e perspectivas futuras"
- Local: Auditório Waldemiro Gomes do Museu Sacaca

Dia 27 de setembro
- Horário: 18h30 às 20h
- Palestra: "A construção social da memória através da fotografia. Palestra sobre a influência dos arquivos e imagens históricas na produção do imaginário coletivo da sociedade amapaense"
Local: Auditório do Museu da Imagem e do Som (2º piso do Teatro das Bacabeiras)

Dia 29 de setembro
- Horário: 18h30 às 20h
- Painel: "Escola, Universidade e Museus: mídias e fluxos convergentes. Ação de reflexão entre os entes educativos quanto ao uso do espaço museal no cotidiano cultural e como ferramenta na prática docente"
 Local: Auditório do Museu da Imagem e do Som (2º piso do Teatro das Bacabeiras)

Dia 30 de setembro
- Horário: 19h
- Sarau de Primavera
- Local: Praça Veiga Cabral, Centro

sexta-feira, 23 de março de 2012

Audiovisual amapaense divulga carta de repúdio ao ex-presidente do Conselho de Cultura do Estado

Carta do segmento audiovisual amapaense
em repúdio ao senhor João Porfírio Freitas Cardoso

O audiovisual amapaense vive um momento de considerável expansão e aprimoramento de seu tripé formação, produção e distribuição. O nível de organização e de participação dos agentes culturais do segmento e sua consequente presença mais efetiva nos espaços de debate da cultura amapaense também tem se ampliado. Esses avanços se refletem em uma interação mais ampla com os demais segmentos culturais e o estabelecimento de canais de diálogo com o poder público.

Contrariando esse momento de amadurecimento que o segmento vem construindo em nosso estado, o ex-presidente do Conselho de Cultura do Estado do Amapá (CONSEC-AP) João Porfírio Freitas Cardoso fez a seguinte declaração, em reunião do segmento Afrodescendente e Culturas Populares realizada no dia 27/02/0212 nas dependências do referido órgão:

“O audiovisual reivindica cadeira [no conselho de cultura do Estado do Amapá]? Reivindica. Mas não tem legitimidade de reivindicar, por que não fez por onde, não foi atrás de produção. Criaram um bocado de cineclube aí, pegaram um monte de filme de fora e saíram passando por aí...mas não tem produção” (Transcrição feita a partir do áudio gravado da referida reunião e disponibilizado pelo CONSEC-AP)

A declaração é curta, mas traz consigo erros graves e demonstram um drástico desconhecimento de causa por parte de seu autor a respeito das características do audiovisual. Apesar de não ser perceptível na declaração transcrita, ela foi feita em uma sala chamada “Plenária Antônio Munhoz”. O professor Antônio Munhoz foi um dos fundadores do primeiro cineclube do qual se tem notícias no estado do Amapá, o cineclube Humberto Mauro, na década de 1970, mostrando que há muito as práticas audiovisuais estão presentes na história do estado que, a época, ainda era Território Federal.

Além desse deslize histórico, a fala é rasa por ignorar vários outros avanços, esses bem mais atuais, que vem fazendo parte da rotina do audiovisual no estado. Abaixo traçamos um breve panorama desses progressos:

Desde 2004, o Amapá vem se inserindo de maneira contundente nas esferas de reflexão, debate e produção do audiovisual nacional. Um marco nesse processo foi a fundação da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas trazendo ao estado a única entidade do audiovisual brasileiro presente em todas as unidades federação,  possibilitando assim, que o edital federal do DocTV pudesse ser acessível ao realizador independente do Amapá. A entidade é ainda filiada ao Congresso Brasileiro de Cinema e ao Conselho Nacional de Cineclubes.

Os agentes do audiovisual amapaense realizam também, desde 2004 o FIM – Festival Imagem-Movimento, esse evento que, junto com o Festival Internacional de Cinema de Manaus, são os dois festivais mais antigos da região norte, garantindo ao estado do Amapá a presença no Guia Brasileiro de Festivais de Cinema e Vídeo. Este mesmo evento recebeu, em 2010, certificação com o selo Cultura Viva, concedido pelo Ministério da Cultura, como uma das 120 melhores iniciativas de comunicação e cultura de todo o país.

O ano de 2011 representa um momento histórico para o segmento no estado. Em seu transcorrer, os cineclubes se expandiram, ao mesmo tempo em que os realizadores independentes diversificaram quantitativa e qualitativamente sua produção. Em uma análise rápida podemos mapear pelo menos 11 cineclubes em atividade e mais de 20 filmes realizados em 2011. Outro passo importante, dado ano passado, foi a realização do 1º Seminário Amapaense de Audiovisual, evento estruturante do segmento que reuniu sociedade civil organizada, indígenas, organizações formais e informais da área, poderes públicos, Ministério da Cultura (SAV – Secretaria do Audiovisual), cineclubes, TVs escolas, representantes de locadoras de filmes e TVs abertas. O evento construiu um amplo lastro para que o segmento pudesse qualificar seus agentes, pontuando metas para a profissionalização e expansão do audiovisual no estado pautada em três esferas de atuação: formação, produção e distribuição. Nesse sentido, tentar desqualificar a prática cineclubista fez o ex-presidente do Conselho de Cultura do estado incorrer em dois erros graves:

1) Desmerecer a prática cineclubista é ignorar sua função transformadora da sociedade que busca a construção de uma autonomia dos sujeitos sociais e a implementação da cidadania cultural e da democratização da comunicação, notadamente em um estado como o Amapá, que conta com 16 municípios, sendo que apenas dois deles possuem salas de cinema.

2) Limita o conceito de audiovisual a apenas uma de suas linhas de atuação que é a exibição (distribuição/veiculação), negligenciando a formação e a produção, áreas em franca expansão no estado;

A produção amapaense vem circulando inclusive em canais educativos de referência na radiodifusão profissional brasileira como a TV Cultura, o Sistema S e TV Brasil, os filmes veiculados nesses canais foram realizados com recursos federais conquistados via editais Doc TV e Etnodoc resultando em 3 filmes realizados pelo primeiro e dois pelo segundo.

Apesar da sabida velocidade/estabilidade da conexão de internet no Amapá, os agentes do audiovisual local chegam a possuir contas em sites de hospedagem com mais de 50 vídeos postados,  ultrapassando a cifra de 10.000 acessos computados.

Dando um passo a mais na direção de socializar informações que possam qualificar a próxima fala sobre audiovisual do ex-presidente do Conselho de Cultura, disponibilizamos, ao fim deste documento, uma lista dos trabalhos independentes realizados no Amapá no ano de 2011, acompanhados da indicação de seus respectivos diretores e dos cineclubes em atividade. A média de produção do segmento é de mais de quase dois filmes por mês, se tomarmos como base o ano passado.

É inegável o nível de organização dos agentes do segmento que vem construindo parcerias duradouras e formais com instituições de grande relevância no estado como o SESC-AP, que atua pioneiramente na cena audiovisual estruturando ações de formação, produção e difusão de audiovisuais, bem como com a Universidade Federal do Amapá, através do projeto de extensão Univercinema, que aglutina ações como o Pró-Estudante Cinegrafia, A escola vai ao cinema e projetos de produção de vídeos que se desenvolvem fora da capital em parceria com o CPPTA – Curso de Pedagogia de Projetos em Temas Ambientais.

Nossas salas cineclubistas estão abertas ao público gratuitamente em vários pontos da capital além de um ponto cineclubista em Porto Grande e outro em Serra do Navio. Realizamos ações com resultados concretos (filmes) em mais da metade dos municípios que formam nosso estado através de oficinas de realização audiovisual gratuitas, ofertadas em centros comunitários e escolas. Temos uma agente do segmento selecionada, há um ano e meio, para o curso de Altos Estudos Cinematográficos na Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba, uma das instituições mais respeitadas no ensino do Cinema na América Latina.

É possível dizer que um segmento com esse panorama não tem legitimidade?

Gostaríamos de concluir este documento, afirmando o respeito do audiovisual para com os demais segmentos culturais, tenham eles ou não cadeira efetiva ou suplente no Conselho de Cultura. Temos consciência que uma palavra chave para entender a cultura é “diversidade”. Não se hierarquiza cultura, não se hierarquiza segmentos culturais e o audiovisual, por sua própria constituição, compreende e defende isso: nossos filmes precisam dos músicos e cantores daqui, precisamos da cenografia das artes visuais, precisamos dos inspirados textos dos escritores amapaenses, precisamos dos atores do nosso teatro. E, por fim, colocamos nossas ferramentas a disposição de todos os segmentos que se interessem por documentar um pouco de sua história no estado, para que incorreções como essas, que motivaram esse texto, deixem de ser proferidas sobre qualquer um dos segmentos que constroem diariamente a nossas referências culturais. Saudações audiovisuais a todos!

Macapá, 22 de março de 2012

Assinam esta carta:

Entidades Nacionais:
- CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
- CBC – Congresso Brasileiro de Cinema

Entidades do audiovisual Amapaense:
- Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas do Amapá
- Liga Amapaense de Cineclubes

Festivais:
- Festival Imagem-Movimento – FIM, AP
- Festival Santa Maria Vídeo e Cinema - SMVC, RS
- Mostra do Filme Livre - RJ/SP/DF
- Festival Ratoeira/RJ

Coletivos:
- Coletivo Palafita
- Fotógrafos Anônimos

Cineclubes amapaenses:
- Univercinema - UNIFAP
- Cine Paraíso
- Cine Periferia
- Cine Poraque
- Cine Zoom na Norte
- Pium Filmes
- Clube de Cinema
- Cinemando na Amazônia

Cineclubes de outros estados:
- Cineclube Nangetu - Belém/PA
- Cineclube da Irmandade - Ananindeua/PA
- Cineclube SMVC - RS
- Cineclube Lanterninha - Aurélio - RS
- Cineclube Beco do Rato - RJ

Redes:
- Rede de Cineclubes de Terreiros da Zona Metropolitana de Belém -PA
- Projeto Azuelar/Ponto de Mídia Livre - Belém/PA

Agentes Individuais:
- Arthur Leandro/ Diretor Regional Norte do CNC e Coordenador do GT de Comunidades Tradicionais da Federação Paraense de Cineclubes;
- André Sandino/Coordenador do Cineclube Beco do Rato /Diretor de acervo da Associação de Cineclubes do Rio de Janeiro -Ascine-RJ;
- Alexandre Brito/ realizador independente do Amapá/ FIM;
- Augusto (Tuto) Pessoa-Lobo/ Conselheiro de Cultura [Audiovisual] do Estado do Amapá;
- Ana Vidigal - ABDeC/AP;
- Otto Ramos / Vice Presidente do Consec, Membro do Colegiado Setorial de Musica do CNPC/Minc, Circuito Fora do Eixo, Partido da Cultura;
- Carla Antunes/ Clube de Cinema/ FIM
- Lucila  Malcher/ Professora, Pedagoga, Especialista em Tecnologia Educacional e Gestão do Trabalho Pedagógico;
- Socorro da Silva/ TV Escola Amapá;

Audiovisuais produzidos em 2011:
01 - Açucena;
Diretor: André Araújo
02 - Vale à pena?
Diretor: Lucas Penafort
03 - Última Sessão;
Diretor: Jamile Gurjão
04 - Entre Margens;
Diretores: Odivar Filho e Liliane Oliveira
05 - Memória fotográfica;
Diretora: Mary Paes
06 - Cantando na chuva;
Direção: Emília Garçon
07 - RDS Iratapuru;
Direção: Gavin Andrews
08 - Amapá: vestígios de uma guerra perdida;
Direção: Wilza Souza
09 – Vloger Fora de rota;
Diretores: Helder Ramon e Paulo Rafael
10 - Sem sinal;
Diretor: Alexandre Magnus
11 – Situação de risco
Diretor: Alexandre Magnus
12 - Doido;
Diretor: Aluízio Guimarães
13 - Canto da sereia;
Diretor: Graciliano Galdino
14 - Programa de tv Interferência
Diretor: Darlan Costa
15 - Só termina quando bacaba
Direção: Coletiva
16 – Palafita Web TV
Direção: Coletiva
17 – Deu a louca no boto cor de rosa
Direção: Aog Rocha
18 – A rosa
Direção: Dominique Allan
19 - Documentário Festival Quebramar -IV Edição
Direção: Palafita Comunicação
20 - As escravas da Mãe de Deus
Direção: Decleoma Pereira
21 - Mistério Serrano
Serra do Navio
Direção: Coletiva

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Entrevista sobre o Seminário

Coordenação do Seminário reúne com Secretário de Cultura

Galera da coordenação com Zé Miguel (Secretário de Cultura do Amapá), e Fernando Segtowick (Diretor do curta paraense MATINTA)


A noite de quarta-feira, 29, trouxe novo gás para os agentes do cinema amapaense. A data foi marcada pela reunião da coordenação do 1º Seminário Amapaense de Audiovisual com o Secretário de Cultura do Amapá, Zé Miguel.

A reunião serviu para apresentar ao secretário o projeto do Seminário e explicitar a relevância estratégica do evento para a auto-organização da cadeia produtiva do cinema de DNA amapaense. De acordo com Zé Miguel, “o projeto faz parte de uma reeducação da forma de entender cultura no Amapá, porque demonstra um planejamento que não é pontual mostrando para a sociedade que investir em cultura é viável”.

Fernando Segtowick, escalado para lançar seu curta, Matinta durante o Seminário, também compareceu ao encontro e ratificou, junto ao Secretário, a relevância do evento para o audiovisual amapaense. Na oportunidade, o diretor aproveitou também para conhecer o Teatro das Bacabeiras, lugar onde seu filme será exibido durante a programação do 1º Seminário Amapaense de Audiovisual.

Manaíra Carneiro, uma das diretoras do longa 5xFavela, prepara-se para vir ao Amapá

Manaíra é uma jovem cineasta que, desde 2002, flerta com a sétima arte. Como a maioria dos realizadores iniciantes, produziu curtas independentes em suporte digital sem grandes esquemas de distribuição e pós-produção. Eis que o grande passo rumo a profissionalização aconteceu com a reedição do projeto 5xFavela, capitaneado por Cacá Diegues.

A promissora cineasta é atualmente aluna da reconhecida escola de audiovisual Darcy Ribeiro e também é aluna da Universidade Federal Fluminense onde cursa Estudos de Mídia.

Em entrevista ao site Observatório das Favelas, Manaíra falou de seus planos para futuras incursões no universo dos 24 quadros por segundo: Acho que o meu destino é o cinema, mas pretendo misturá-lo, experimentar mais. Tenho um roteiro de um curta que quero misturar animação, outro roteiro que quero fazer é de uma série multiplataforma para internet, gosto muito de tecnologia, acho que vou por aí.

Fernando Segtowick e seu curta Matinta, confirmados no Seminário

O diretor paraense chegará a Macapá com uma pesada bagagem cinematográfica. Seu último curta-metragem, Matinta, está sendo um sucesso de crítica e tem sido muito bem recebido nos grandes festivais do circuito nacional, o que atesta a fase promissora do cineasta que já pensa no primeiro longa.

Não bastasse ter sido selecionado em um dos festivais mais difíceis do Brasil, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o filme ainda arrebatou dois prêmios:

- O de melhor atriz (Dira Paes);


- E o de melhor som (Evandro Lima, Miriam Biderman, Ricardo Reis e Paulo Furnari);

Por isso, vale a pena conferir a estréia dessa fita aqui em Macapá. Inscreva-se no Seminário, baixe a programação no link ao lado e agende-se. Cinema amazônico de qualidade com direito a bate papo com o diretor!

Fonte das Imagens: http://matinta.wordpress.com/