Uma das maiores críticas que se faz ao ensino superior, principalmente às Ciências Humanas e Humanas Aplicadas é que o que se discuti em salas de aula e em pesquisas acaba mofando em prateleiras de bibliotecas e não encontra eco no cotidiano social.
Esse debate já era velho quanto entrei na universidade em 1999. Cresci academicamente ouvindo meus professores dizerem que era necessário achar formas de mostrar para a sociedade como o que se produzia na rotina de um curso de Comunicação Social era importante, relevante.
Alguns anos depois, virei professor de Comunicação e busco, desde então, a cada dia, encontrar tais formas. Percebi o quanto isso é possível e o quanto isso é importante.
Semestre passado orientei um vídeo documentário sobre o Colégio Amapaense que, como o próprio nome revela, é um colégio do Amapá, um dos primeiros do estado. Sua história se confunde como a trajetória deste estado. Apesar disso, muito pouco se tem sistematizado sobre o colégio e sobre as pessoas que por lá fizeram história.
O documentário “O colosso – histórias do Colégio Amapaense” dá conta de grande parte das memórias de professores, diretores, inspetores e alunos, muitos dos quais, hoje desempenham papéis centrais na cultura, na educação e na política do estado.
Quinta-feira passada, 13 de gosto, esse documentário foi levado para a estréia no colégio. Apreciado por alunos, professores e pelo atual diretor, o documentário manteve a atenção do auditório lotado durante sua exibição o que, por si só, já é um feito considerável levando em conta que a maioria do público era composta de adolescentes.
Depois dos créditos finais, vários dos presentes teceram seus comentários a respeito do que tinham acabado de ver:
Professora de Geografia Maria Rosângela:
“Parabéns pelo belíssimo trabalho. Parabéns por trazer histórias que nossos alunos não conheciam a respeito desta escola. Os alunos agora têm mais motivos para se orgulhar e defender a escola na qual estudam”
Professora de Literatura Ana Célia:
“Nós esperamos que esse vídeo sirva de inspiração para nossos alunos. Muitas coisas mudaram desde que o colégio foi criado, mas o desejo dos profissionais que aqui trabalham continua sendo o de proporcionar a melhor formação possível aos nossos alunos”
“As lágrimas que o professor Aroldo (diretor) derrama ao final da exibição do vídeo são uma prova do envolvimento e do compromisso que ele tem com esse colégio”
Colaboradora da TV Escola Nazaré Madureira:
“O Fábio sempre foi um aluno irreverente. Nunca gostou de aulas que não fossem críticas. Quando os professores não faziam as críticas ele fazia. Sempre ele demonstrou o que queria.”
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Os autores do trabalho são Fábio Amorim e Daniele Caldas, alunos de Jornalismo da Faculdade Seama. Fábio é ex-aluno do colégio amapaense.